Cérelac à uma da manhã....

Como este blog não pode, nem deve morrer, decidi, hoje, dar-lhe continuidade.
Os parcos leitores que por aqui passam talvez possam ficar surpreendidos com o que lêem.
Eis que são 01:34 e eu estive a comer uma taça de cerelac. Não é normal!!! Normal seria estar na cama a dormir, já medicada. Mas hoje foi o dia em que terminaram as festividades familiares......as idas e as vindas....mas, tal como a rainha Vitória, perdoem-me o preciosismo dado que estou a assistir à série, há que andar sempre em frente e nunca dar deixar perceber o que na realidade sentimos. E manter sempre um sorriso na cara, como recomenda a minha Shanti Ana.
Pela vida as pessoas vão-se habituando aos seus espaços, aos seus silêncios, aos seus barulhos, aos seus gritos e aos dos outros...e quando chegamos a uma certo tempo de permanência na vida, para não dizer idade, já depois de tanto ouvir, ver e sentir, sentimos que precisamos de ter tempo para nós próprios, o que se pode chamar individualismo, uma espécie inocente e vazia de egoísmo. Se bem que esse egoísmo por vezes é tão latente e tenaz que acaba por nos consumir. Por vezes deixamo-nos levar por esse egoísmo, sem discussão, apenas...por amor. Sim, estou a falar do meu estar e do meu ser com aquele que eu escolhi para me acompanhar nos últimos anos da minha vida, o Varela. O problema é que estamos ambos a ficar com algum tempo de permanência de vida, e com circunstâncias criadas, por nós e por terceiros, à nossa volta, que acabamos, por vezes, e sem nos darmos conta, e por mais parco que seja o tempo que passamos juntos, de nos sufocarmos.
Se ele algum dia ler isto acho que no fundo me dará razão. Mas provavelmente ficará chocado.
Mas não será por isso que haverá afastamento. Sim, porque o afastamento já se torna latente devido às tais circunstâncias que crescem como uma bola de neve....
Mas penso que esta situação acontece com todos os "casais"! Há que saber criar subtilmente as estratégias adequadas para fazer a bola de neve parar!!!
Por exemplo, tomemos como referencia os meus pais. Casados há 53 anos. Já estão naquela fase em que embirram 24 horas por dia um com o outro. Será que eu devia ter casado e estar a passar por isto? Eu queria...mas o meu karma não me deixou! As estrelas não quiseram....
O que é certo é que a senhora minha mãe esteve esta semana sozinha comigo, na minha casa, para ter o seu espaço, ocupado com o que ela mais adora fazer: costura! e eu fui a beneficiária, como sempre...aliás, ultimamente. Acreditam que durante a semana eles foram falando ao telefone...mas o azedume inicial foi-se desvanecendo e tornando cada vez mais doce! E é aqui que reside aquilo que prende as pessoas: el amore!!! Porém, assim que cheguei com ela a lisboa e nos sentámos à mesa para almoçar, os quatro, ele começou a azedar com ela! Pronto, esteve a concentrar e hoje libertou-se!!! Mas depois passou! Foi mais um episódio de casal. Mais que normal. Eu nunca saberei o que isso significa.....mas não fico triste. Fico satisfeita por lhes ter proporcionado esse momento de espaço e de aproximação.
O meu caso aqui é bem diferente.
Neste momento, que já acabei a cerelac, e estou a ficar com sono, porque estou mesmo a relaxar, já medicada, sinto que estou em paz comigo. Não quero que nada, neste momento, me incomode, me chateie. Não quero pensar na infinidade de coisas que tenho para fazer, por obrigação, mas que no fundo faço por gosto, porque me mantêm acordada, nem nas coisas que gostaria de poder dar prioridade...umas já aqui no sofá à minha espera...claro, crochet e costura manual!
Isto deve ser mesmo do tempo de permanência na vida....agora que eu sei cada vez mais o que não quero, tenho pena de não poder voltar atrás para fazer as escolhas que devia ter feito.
Nada a fazer, minha cara Paula! A gente de manhã levanta-se, vai trabalhar e da melhor maneira possível. Sempre de cara alegre. Sem demonstrar o que vai cá por dentro.
No fundo o que eu tenho mesmo, mesmo mais saudades é de ter cães!!!! Isso é que me deixa mesmo triste e angustiada. Já não falo na minha Romy, nem no meu Oskar, porque foram-se embora na "idade" deles, já velhinhos, muito velhinhos. Resta uma saudade imensa e que dói horrores cada vez que a escrevo....mas a minha dor de alma é a perda da minha Juka, com 23 meses....(já estou banhada em lágrimas....). Se a minha Juka não tivesse partido no dia 31 de março de 2009, por culpa minha e não só...,a minha vida teria sido muito diferente. Sim, meus amigos, não são só as pessoas que transformam a nossa vida. Os animais, aliás, os cães, para mim são como pessoas. E há pessoas insubstituíveis. O Pai, a a Mãe, o irmão,....a Romy, A Juka e o Oskar. Mas life must go on!!
Agora tenho um Simba Manuel e uma Nina Haguen, gatos que me adotaram. Eles lá acharam que eu ía precisar de alguém....

Eu sei, é um post muito egoista...só falei de mim! E do que eu preciso. Sou uma carentezinha da tanga!

No próximo post....sei lá o que vai sair.

É esperar para ver.

Quero que esta melancolia menopausica se evada....

Gostava tanto de ganhar o totoloto....para uma terrestre Capricórnia, o dinheiro é por demais importante....não em quantidade exagerada, mas o suficiente para ela ter o que precisa MESMO!!!
E logo eu que não jogo...

Fui!!!!